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A IMPORTÂNCIA DO PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ NA PRESERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA

23 de maio de 2024
Pico da Bandeira (ao fundo), com 2892 m de altitude, é o ponto mais alto do bioma Mata Atlântica. (Créditos: Claudio Novaes/ Rede Eco-Diversa).

Talitha Mayumi Francisco, Dayvid R. Couto, Mariane Kaizer e Claudio Novaes
Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Santa Teresa, Espírito Santo
Rede Eco-Diversa para Conservação da Biodiversidade

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O Parque Nacional do Caparaó (PARNA Caparaó) é uma área protegida que está localizado na região sudeste do Brasil, abrangendo parte dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais.

Criado em 1961, o PARNA Caparaó possui uma área de 31.853,12 hectares (6.581,22 alqueires), com o objetivo principal de preservar sua rica biodiversidade e beleza natural. O PARNA Caparaó é famoso pelo Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil, com 2.892 metros, e também abriga uma riqueza biológica pouco reconhecida.
Desde a década de 40, pesquisadores estudam e coletam amostras de plantas no PARNA Caparaó, registrando nestes mais de 80 anos, cerca de 1.790 espécies, incluindo canelas, braúnas, quaresmeiras, cedros, além de uma variedade impressionante de orquídeas, bromélias, samambaias e outras plantas. Essas preciosidades botânicas podem ser vistas em diferentes paisagens do Parque, especialmente nas Florestas Estacionais e Ombrófilas, e também em áreas rochosas e campos de altitude. Os registros dessas plantas foram recentemente incorporados ao “Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil”
(https://catalogo-ucs-brasil.jbrj.gov.br/), acessível gratuitamente online. Nela, é possível encontrar a lista completa de todas as espécies de plantas registradas até o momento no parque.

Schlumbergera microsphaerica é um cacto endêmico de afloramentos rochosos dos campos de altitude do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, avaliado como vulnerável à extinção pela lista vermelha do Brasil.

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O PARNA Caparaó também abriga uma grande variedade de animais, incluindo insetos raros
e ameaçados como a borboleta oitenta-e-oito (Catagramma hydarnis), e uma rica diversidade de aves como o tucano-de-bico-verde e varias espécies de beija-flores, como o beija-flor-de-topete-verde e o beija-flor-rubi, para citar alguns. Nos diferentes ambientes do Parque já foram registradas cerca de 350 espécies de aves, incluindo 33 ameaçadas de extinção, como a garrincha-chorona (Asthenes moreirae), o tovacuçu (Grallaria varia) e o papagaio-moleiro (Amazona farinosa). O parque também resguarda diversas espécies de mamíferos, desde pequenos roedores até grandes felinos como a onça-parda. Cerca de 35 espécies de pequenos mamíferos terrestres, 35 de morcegos e 34 de médio e grande porte

Texto: ONG Rede Eco Diversa para Conservação da Biodiversidade – Projeto Muriquis do Caparaó – Projeto Felinos do Caparaó.