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FORÇAS DE SEGURANÇA DE MINAS REALIZARAM MEGA MANIFESTAÇÃO EM BH NESTA QUARTA-FEIRA (09) E “GREVE BRANCA” DE POLICIAIS PREOCUPA A POPULAÇÃO MINEIRA DEVIDO AO GRANDE AUMENTO DE HOMICÍDIOS NOS ÚLTIMOS DIAS

10 de março de 2022

Polícia deixou de agir preventivamente em abordagens que dependem da iniciativa dos militares

“SE O ZEMA NÃO PAGAR, A POLÍCIA VAI PARAR”

Assim gritavam os profissionais de Segurança Pública que se manifestaram mais uma vez no centro de BH nesta quarta-feira (09). Segundo organizadores, cerca de 50 mil policiais militares, civis, penais, bombeiros militares e agentes socioeducativos de Minas Gerais compareceram à mega manifestação pela RECOMPOSIÇÃO DAS PERDAS INFLACIONÁRIAS em seus salários, o que é um direito legal dos servidores.

Os servidores da Segurança Pública começaram a se concentrar na Praça da Estação ainda no início da manhã. Às 11h15, os manifestantes seguiram em caminhada pela região central até a Praça Sete, onde o trânsito ficou complicado.

ENTENDA A REIVINDICAÇÃO:

Em fevereiro de 2020, o Governo Zema reconheceu a perda inflacionária dos profissionais da segurança pública de Minas e enviou um projeto de reajuste salarial à Assembleia Legislativa de MG. Os deputados aprovaram em segundo turno o reajuste salarial para diversas categorias, inclusive a segurança pública.

Os reajustes seriam realizados de forma escalonada:

  • 13% em julho de 2020
  • 12% em setembro de 2021
  • 12% em setembro de 2022

Em março do mesmo ano, o governador Romeu Zema (Novo) sancionou parcialmente o projeto de lei, dando apenas a primeira parcela do reajuste de 13%, vetando as outras duas parcelas de 12% cada, que já havia prometido. Agora os servidores da segurança pública reivindicam o cumprimento da “palavra” do Governador Romeu Zema, concedendo as parcelas que faltaram de 12% + 12%. O Governo de Zema anunciou reajuste de apenas 10% e aumento das parcelas do auxílio fardamento/vestimenta de uma para três parcelas anuais, o que não foi aceito pela categoria.

Vale ressaltar que a reposição inflacionária ANUAL é direito do servidor previsto em Lei. Porém, o Governo de Zema não se abriu nesta data ao diálogo com a categoria. A falta de diálogo para se chegar a uma acordo preocupa a Sociedade Mineira, que já vê os reflexos da GREVE BRANCA admitida por alguns representantes da categoria, como o grande aumento do número de homicídios no estado de Minas nos últimos dias, seja no interior ou região metropolitana. 41 pessoas foram assassinadas em Minas Gerais desde sexta-feira (04) até às 12h dessa segunda-feira (7). Na região Norte de Belo Horizonte, em menos de 24 horas, foram seis homicídios. Em Betim, na Grande BH, foram sete assassinatos de sábado para domingo.

Muitos presídios do estado também vem tendo graves problemas com motim dos presos, que não estão tendo banho de sol e visitas. Os policiais penais alegam estar cumprindo a “estrita legalidade”, que de fato, limita algumas atividades no interior dos presídios quando não há efetivo o bastante para que haja total segurança durante visitas e sol de presos.

Enfim, após o movimento das forças de segurança, os policiais só abordam suspeitos quando há supremacia de força (o que quase sempre não há) e só liberam sol de preso e visitas para presos quando o efetivo é suficiente para resguardar a segurança de todos. Com déficit no efetivo das forças policiais de Minas a situação então complica. Nota-se, portanto, um início de uma grave crise na segurança de Minas. Que o Governador Zema se abra ao diálogo para resolver esse impasse antes que a população acabe “pagando o pato”.

Texto: Carangola Notícias

Informações: O Tempo e R7

Fotos: O Tempo