Ano passado fomos presenteados com a Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o chamamento à santidade no mundo atual. O objetivo do Sumo Pontífice é “fazer ressoar mais uma vez o chamado à Santidade procurando encará-la no contexto atual, com seus riscos, desafios e oportunidades”.

Outra coisa que é importante destacar é que para ser santo não é necessário ser bispo, sacerdote, religioso ou religiosa.  A santidade não é privilégio de um grupo, de uma elite eclesial. Ser santo não significa revirar os olhos em êxtase ou fugir dos problemas reais do cotidiano. “Cada pessoa responde essa vocação batismal fazendo seu próprio caminho inspirado por Deus. O Importante é que cada pessoa entenda o seu próprio caminho e traga à luz o melhor de si mesmo”.

Outra pérola desta Exortação é que a santidade não pode ser confundida como afastamento do mundo. “Não é saudável amar o silêncio e esquivar-se do encontro com o outro, desejar o repouso e rejeitar a atividade, buscar a oração e menosprezar o serviço”. O santo e a santa devem viver de forma integrada. É um contemplativo no meio do mundo. Busca vida intensa de oração, sem menosprezar o serviço. Não podemos entender santidade com alienação. Aliás, os alienados vivem num conflito que até dificulta a santidade.

É um erro suspeitar do compromisso social dos outros, considerando-o algo de superficial, mundano, secularizado, imanentista, comunista, populista. A defesa do inocente nascituro, por exemplo, deve ser defendida assim com a defesa da vida dos pobres que já nasceram e vivem na miséria, no abandono e na indiferença. Não podemos propor um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam exageradamente com coisas supérfluas, enquanto outros filhos de Deus passam privações essenciais no convívio na miséria. Considerar essa abordagem com segundaria não é ser cristão.

O Papa insiste na necessidade da santidade em todos os âmbitos, em todos os aspectos. Santidade sem afastamento dos compromissos diários.

Basta olharmos a vida de Jesus quando Ele passou por esse mundo. Conjugava vida de oração, passando até a noite inteira em oração, mas vivia integrado na vida do povo a ponto de não ter tempo nem para comer. Olhava as necessidades dos pobres, mas enfrentava as autoridades políticas e religiosas apontando-lhes os desvios da Lei.

Por fim, diz o papa: “mesmo que parece óbvio, lembremos que a santidade é feita de abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração. O santo é uma pessoa com espírito orante, que tem necessidade de comunicar com Deus… Não acredito na santidade sem oração, embora não se trate de necessariamente de longos períodos ou de sentimentos intensos”.

Pra ser santo o caminho é Jesus e a indicação do como percorrer o caminho é só seguir o abate São Bento – Ora et Labora – rezar e trabalhar.

Pe. Jamir Pedro Sobrinho – Pároco da Paróquia de Santa Luzia de Carangola _______________________________________________________________________ OUÇA O PROGRAMA PALAVRA DO PADRE DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 18:00h NA RÁDIO EDUCATIVA 96,7 FM!