TECNOLOGIA A SERVIÇO DO CAFÉ NAS MATAS DE MINAS: PROJETO EM ANDAMENTO VISA CRIAR SISTEMA DIGITAL DE PREVISÃO DE SAFRA NA REGIÃO
13 de agosto de 2024.
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Os cafeicultores da região das Matas de Minas terão à disposição, em breve, um sistema
digital de previsão de safra. O projeto, conduzido pela Epamig – Empresa de Pesquisa
Agropecuária de Minas Gerais, tem o Sistema Faemg Senar como parceiro, e está
desenvolvendo uma ferramenta para ajudar os cafeicultores a ter, ao alcance das mãos, a
estimativa da sua safra. É a tecnologia a serviço dos produtores rurais!
Para funcionar, o sistema precisa de um grande banco de dados que estão sendo
compilados em diversas etapas. Uma das etapas do estudo foi a instalação de 16 estações
meteorológicas que farão registros dos dados climáticos como temperatura, umidade
relativa do ar, velocidade do vento, radiação solar, entre outros, na região das Matas de
Minas.
Tadeu Otoni, do município de Santa Margarida, cafeicultor e técnico de campo do Programa
de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar, é um dos
produtores rurais que receberam o equipamento em suas propriedades. Ele explicou que
participar do projeto é “uma maneira de contribuir para o desenvolvimento da nossa
cafeicultura com informações que serão úteis para muitas pessoas. O projeto vai suprir uma
carência dos produtores rurais”.
O técnico de campo destacou ainda que os dados serão essenciais para a orientação dos
cafeicultores assistidos pelo programa ATeG. “ O acesso a informações confiáveis é muito
importante para a tomada de decisão dos produtores. Saber, por exemplo, a quantidade e
período de chuva, e se a umidade do solo está adequada para adubação são grandes
ganhos”.
Mais sobre o projeto
O banco de dados do sistema terá informações de campo, climáticas, imagens de drones e
de satélite das lavouras monitoradas, além de dados anteriores à pesquisa. O pesquisador
da Epamig, Fábio Tancredi explicou que todas essas informações serão usadas para
alimentar a inteligência artificial aplicada ao modelo que está sendo desenvolvido para fazer
a previsão de safra.
“É um projeto complexo, muito trabalhoso, que envolve diversas variáveis. No campo serão
realizadas análise vegetativa, morfoagronômica, nutricional e climática. Essas informações
serão associadas às análises que envolvem a informática como programação,
processamento e interpretação de imagens”.
Quanto mais robustos e completos forem os dados, maiores as chances de sucesso e
exatidão do modelo de estimativa antecipada da safra. O programa ATeG Café+Forte é
uma das fontes usadas nessa construção.
“Nós já repassamos uma base de dados à Epamig e eles estão fazendo as medições e
análises”, esclareceu o gerente do Sistema Faemg Senar em Viçosa, Marcos Reis.
Fábio Tancredi, afirmou que “ter parceiros como o Sistema Faemg Senar, a Emater e os
produtores rurais é fundamental para treinar a máquina a fazer uma interpretação com
assertividade. O treinamento da máquina dependerá do banco de dados que está sendo
criado com informações do passado, presente e com as informações do futuro das
propriedades”.
A previsão é de que os cafeicultores das Matas de Minas conheçam o modelo criado ao
final desse projeto, em 2026. “Nossa expectativa é descobrir qual a probabilidade de acerto
do modelo desenvolvido. Tudo dependerá do volume de informações do banco de dados,
pois estamos falando de um big data”, disse Fábio. O pesquisador ainda salientou que os
estudos devem seguir por mais alguns anos para ampliação da tecnologia e aprimoramento
da ferramenta.