Frutas de plástico

Precisamos amadurecer! Parece que isso é bobagem, afinal, todos amadurecem! Mas não é bem assim! muitos não querem amadurecer, tem medo! Medo de envelhecer, do corpo perder a beleza e elasticidade; tem medo de deixar de ser protegido, tutelado e/ou paparicado! Querem viver mais um pouquinho a beleza e liberdade do ser imaturo. Querem continuar sendo admirados, desejados! É até normal pensar assim, pois se não tivermos prazeres e vaidades nessa vida, que graça teria, não é mesmo?!
Eu respondo: Não! Não é bem assim! Pois quem disse que não há prazer e contentamento em “envelhecer”? Perceber marcas no rosto, cabelos grisalhos, falta de elasticidade no corpo (mais conhecida como rugas e “pelancas”🤣), é ter a experiência de uma vida cheia de lutas, vitórias e derrotas, de surpresas, decepções, de ganhos e perdas, uma vida vivida! Os sinais nos lembram os fatos e nos confirmam em um aprendizado de como viver melhor. É só quando durante o viver, aprendemos com os erros, deixamos de ser alunos aprendizes e passamos a ser professores para a nova geração que vem! Querer impedir, atrasar o amadurecer é aumentar dentro de si a angústia, o medo, medo de um futuro sem aparente beleza e sucesso.
Enfim, nosso amadurecer “de boa” deve acontecer de forma natural. Quando tomarmos consciência de que nossa “natureza” é divina, de que somos projeto de amor sonhado no Coração de Deus. Pois somos verdadeiramente frutos do desejo de realização do Amor de Deus aqui nesse mundo. E nesse projeto de Deus há, de nossa parte, o fazer a vontade dEle, o caminhar, lutando, sofrendo tribulações, vivendo alegrias e conquistas, mas sempre com o coração voltado para o lugar de onde viemos!
Nos emocionamos com histórias, filmes, onde a pessoa foi para a guerra, sofreu, mas lutou pela vida, desejou viver, por causa de um amor que esperava por ele, e o queria vivo mesmo se estivesse mutilado, com marcas da vida de luta, mesmo assim, pois o que importa é o Amor! No fundo, é a única coisa que realmente importa!
Se tivermos medo de amadurecer e fugirmos das lutas que a vida traz, nunca sentiremos o amor, nem o sentir-se amado. Se adiarmos o amadurecer, maquiando as marcas, nunca experimentaremos o sorriso sincero, o abraço caloroso, o compartilhar de lembranças e emoções, nem seremos capazes de nos olharmos e tirar graça das “barriguinhas, ruguinhas e pelanquinhas” que o viver acumula em nós! Na verdade, o que precisa acumular, preencher em nós é a graça e a presença do imenso Amor de Deus!
Ser fruto de plástico, que sempre estará perfeito e belo corre o risco de ser esquecido e abandonado sobre um cesto numa mesa, ou jogado fora.
Quando nos permitimos amadurecer, nos tornamos mais desejados por causa do sabor e cor, seremos alimento e depois de nos consumirmos, deixaremos a semente para que o projeto de Deus continue a se realizar!

Paz e bem!

Isabelle

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Texto: Isabelle – reprodução na íntegra ou parcial do conteúdo (texto e imagem) permitida somente mediante crédito.