PALAVRA DO PADRE: CLIQUE E LEIA O TEXTO “MAS, O QUE É MESMO POLÍTICA?” – COM PADRE JAMIR
9 de agosto de 2018MAS, O QUE É MESMO POLÍTICA?
Nosso país passa por um momento muito crítico. Vivemos num profundo descrédito a tudo que se refere ao mundo da política. A administração da coisa pública tornou-se sinônimo de desonestidade e apropriação indevida dos bens comuns. Na prática, para o povo, ser “político” é o mesmo que ser desonesto. Tem um grau pejorativo muito elevado devido à pratica indevida presenciada. E tudo que se refere a esse campo inspira desconfiança e vira meio de enriquecimento ilícito. A consequência mais lastimosa desse acontecimento é a apatia do cidadão à esse mundo administrativo em todos os sentidos. E a omissão contribui mais ainda para crescer a planta do mal enraizada num comportamento inescrupuloso de muitos.
Estamos em tempos de volta ao regate do verdadeiro sentido etimológico do termo Política. A terminologia tem sua origem no grego e indica administração da polis – cidade. Em outras palavras, é a “arte de governar os Estados e regular as relações que existem entre eles…”. Em sentido próprio, ‘política’ é o que se refere ao governo da sociedade, à administração do poder público. Para isso precisa-se de pessoas que prestem esse serviço à sociedade. E os instrumentos utilizados como meio de organização são os “partidos políticos” que são usados como ferramentas para execução da obra.
Nesse sentido a politica é uma tarefa muito sublime. É a arte de cuidar do que é de todos. É administrar os bens da sociedade olhando, sobretudo, para os menos favorecidos.Trata-se de uma missão que tende para o universal, pois se preocupa essencialmente com o bem comum. E nunca “bem de alguns”. Como dizia Aristóteles, “o homem é um animal político”, isto é, um ser destinado a viver em sociedade. E dentro da sua consciência existe uma lei implícita que dita uma norma de conduta: “faça o bem e evita o mal”. Daí a explicação pela manifestação de indignação das pessoas quando a politica, arte de fazer o bem, vira somente ‘politicagem’.
O homem não pode trair sua consciência. Se a voz interior nos estimula à pratica do bem comum, não podemos permitir que o sentido pejorativo da politica e dos políticos prevaleça no senso popular. E muito menos na prática de quem se candidata a administrar os bens públicos. O exercício da cidadania é um direito e um dever. Não podemos ser massa de manobra. Não podemos permitir que o mal vença o bem.
Precisamos nos conscientizar sobre o nosso papel social. Senão, o país continuará caminhando para o caos. Precisamos superar o analfabetismo. E segundo Bertolt Brescht“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
Pe. Jamir Pedro Sobrinho
Pároco da Paróquia de Santa Luzia de Carangola