logo-blog

PALAVRA DO PADRE: LEIA O TEXTO “QUASE UM PLÁGIO DE NATAL” – COM PADRE HIGOR LUIZ

24 de dezembro de 2024

Por aqui, vamos criando um costume de, ao final de cada mês, deixar uma Palavra edificante. Desta vez, antecipo-me para que, com esta, chegue também meus votos natalinos.

Pus-me a refletir sobre o que escrever a vocês neste momento. Algo belo, profundo e, se possível, que soasse como certa novidade, sem parecer uma homilia. Não o encontrei em mim. Resolvi, por parecer melhor, compartilhar, quase que integralmente, a “Carta Semanal” da Lara Brenner.

Ela é professora de Língua Portuguesa. Foi assim que eu a conheci, pelo Instagram, quando ainda não tinha 30 mil seguidores, e falava, de vez em quando, sobre sua certa rejeição à maternidade e sobre sua experiência com o espiritismo. Seu jeito dócil, terno, simpático e simples não passa despercebido. Sabe conjugá-lo com sua elegância e inteligência, e, agora, com um testemunho de fé e de conversão ao catolicismo. Ela é casada e, hoje, expressa a alegria e os desafios da maternidade. Isso não é puxa-saquismo meu aqui. É uma introdução para o texto dela que registro a seguir. É uma demonstração da busca por celebrar o Natal em família, como convém à fé, à festa e à alegria do amor na família.

Nessa carta, ela inicia dizendo do intuito de criar tradições natalinas em sua família: “ações simples que possam se perpetuar na vida e no coração de meus filhos”. E continua: “Quero que o júbilo deles pela chegada de Nosso Senhor seja acompanhado de cheiros, gostos, simbolismos e beleza.”

“Quero assar cookies – centenas deles, milhares deles. Já sei com quem e quando vou aprender; não vejo a hora. Imagino a casa toda recendendo a chocolate recém-saído do forno, um dos cheiros mais inebriantes que há.

Quero – e isto foi ideia do meu inteligente marido – que as crianças levem o menino Jesus ao presépio na noite de Natal, ao som de Adeste Fideles. (Lembrando que, ao montar o presépio, devemos deixar o menino de fora, afinal ele ainda não nasceu!).

Quero que a decoração natalina fique pronta bem cedo […]. Neste ano, não era nem novembro e a casa já estava toda iluminada, com árvore de Natal, presépio e balangandãs natalinos para todo lado.”

Mas não fica só no exterior:

“Quero que meus filhos saibam por que o Natal existe: que a História se divide em antes e depois do homem cuja vida celebramos, que a decoração inteira está ali por um Motivo – infelizmente oculto para muitos, os quais celebram artificialidades, como Papais Noéis e presentes caros.

Quero que eles sejam porta-vozes desse Motivo, que saibam contar aos amigos e familiares a visita à prima Isabel, a perseguição de Herodes, a fuga da Sagrada Família para o Egito, a visita dos magos do Oriente…

Quero que ganhem presentes, mas sobretudo que deem presentes, com a alegria de quem comemora a data mais festiva do ano.

Quero a casa cheia, comida e bebida boa, música bonita e orações compartilhadas.

Quero, à hora de rezar antes da ceia, palavras que relembrem por que estamos ali.

Quero, enfim, que esperem o Natal com alegria, desejo e boa vontade.”

A autora conclui, avaliando a simplicidade e a sinceridade de sua produção, e anima: “vai que despertam alguém para os encantos desta época! Ainda dá tempo de montar o presépio, preparar uma boa ceia e, principalmente, preparar o espírito”. Finalmente, convida seus leitores a acompanhar o Especial de Natal da Brasil Paralelo, apresentado por ela.

Ao ler essa lista de desejos e pretensões dela, recordo-me do modo como cresci, festejando com minha família, com modéstia e sorrisos – e às vezes entre algumas lágrimas – o nascimento de Nosso Salvador.

Anseio que o real sentido do Natal não se perca em meio a tantas invenções de moda modernas, e que cada um, desta e das futuras gerações, celebre, verdadeiramente, com alegria, sentido e caridade, o Natal do Senhor Jesus Cristo.

Feliz Natal, de verdade, meu povo!

Deus abençoe e guarde todos vocês, neste e nos próximos anos!

Pe. Higor Luiz – Vigário Paroquial de Santa Luzia